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Inteligência artificial na Uespi ajuda a saúde mental na internet
O professor Dario Calçada e o estudante Luiz Henrique do curso de Ciências da Computação da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), desenvolvem uma pesquisa inovadora na área da saúde mental com a utilização de técnicas de inteligência artificial para a promoção da saúde mental na internet.
O projeto é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi). A pesquisa foi realizada no Grupo de Estudo e Desenvolvimento de Aplicações Inteligentes (JEDI) da Uespi, em parceria com a obra social Luz da Esperança e a Universidade Federal do Delta de Parnaíba.
O estudo conta com a participação de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, psiquiatras e cientistas de dados, sendo o financiamento da Fapepi, um fator fundamental do desenvolvimento do projeto. O principal objetivo é detectar sinais depressivos em mensagens no twitter. Para isso, a equipe utilizou técnicas de processamento de linguagem natural e formação de redes complexas, aliadas ao aprendizado de máquina e teve como resultado a criação de uma base de dados em língua portuguesa, classificada com mensagens que indicam esse tipo de comportamento.
A base de dados identifica se a mensagem contém palavras como “tristeza”, “desespero”, “dor”, “sofrimento”, dentre outras. Existem até mesmo novas palavras que os jovens burlam para falar e se referir sobre isso, nos quais podem parecer mensagens aleatórias e sem sentido, mas que possuem o mesmo significado na linguagem atual da internet.
Um dos desafios enfrentados pelos pesquisadores foi adaptar as técnicas de inteligência artificial à língua portuguesa, que apresenta algumas peculiaridades em relação à fonomímica e à sintaxe. Para superar esse obstáculo, a equipe contou com a colaboração de pessoas de outras universidades e desenvolveu uma técnica de análise de linguagem natural específica para esse tipo de análise.
De acordo com o Prof.Dr. Dario Calcada os resultados já foram aplicados em projetos práticos, como o desenvolvimento de um teclado de celular que identifica mensagens com esses indícios e envia um alerta para um amigo ou parente do usuário. Além disso, a base de dados já está disponível para outros pesquisadores, contribuindo para a continuidade dos estudos na área.
“A pesquisa representa um avanço importante na promoção da saúde mental, uma vez que permite detectar esses sinais antes que a situação se agrave. A prevenção é essencial para ajudar as pessoas a encontrar um caminho a favor da vida”, afirma o professor.
Segundo as estimativas do Unicef (braço da ONU para a infância), quase 16 milhões de jovens entre 10 e 19 anos têm algum transtorno mental, quantidade que equivale a 15% das pessoas dessa faixa etária. De acordo com o estudante Luís Henrique, que está no 8º bloco do curso de Ciências da Computação e desenvolve a pesquisa, o uso excessivo das novas tecnologias pode afetar negativamente a saúde mental, já que algumas comunidades na internet estimulam o aumento de estresse, ansiedade ou depressão nos adolescentes.
“É importante encontrar um equilíbrio saudável entre o uso da tecnologia e a saúde mental. O estudo que fizemos é essencial para entender as causas e os fatores de risco associados a esse comportamento e desenvolver estratégias eficazes de prevenção, já que essa é uma questão de saúde pública que pode ser prevenida com ajudas profissionais. A pesquisa também pode ajudar a identificar grupos de risco e a desenvolver programas de apoio específicos para esses grupos”, finaliza o estudante.
A psicóloga Rebeca Brito destaca que pesquisas como essa servem para contribuir com possíveis meios de prevenção e psicoeducação sobre o assunto, que ainda é visto como um tabu. Segundo ela, as mídias sociais são um espaço que pode influenciar na autoestima e na autoimagem de crianças e adolescentes, também afetando muitos adultos, sendo importante ter uma compreensão de suas experiências digitais e quanto elas podem estar afetando sua saúde mental, além do que é vivido fora das redes, como problemas sociais de desemprego, fome, problemas de imagem corporal e outros.
“Há muitas maneiras diferentes para as pessoas se comunicarem usando as redes sociais entre aqueles com comportamento suicida, estas ferramentas podem servir de meio para a disseminação de ideias, busca e troca de informações sobre o assunto de maneira equivocada o que poderia potencializar o reforço do comportamento suicida prejudicando a sua recuperação”, afirma.
Com esse projeto, a Uespi reafirma o seu compromisso com o desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas sociais e a formação de profissionais capacitados para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.
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Fonte: Ascom / Repórter: Vitor Gaspar
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