Complexo do Cavalo Paraguaio

Há mais de 15 dias que não se vê outra coisa na propaganda eleitoral de Sílvio Mendes: só pancadaria. Nada de críticas à patética gestão da capital. Nada de projetos para resolver os muitos problemas de Teresina. Nada de uma proposta mais ousada. Nada. Apenas ataques ao seu principal rival: Fábio Novo.

No submundo dos grupos de whatsapp, aí é que a baixaria se prolifera. Seja pela usina de fake news no velho estilo bolsonarista; seja pelo uso de jagunços digitais, como Daniel Pereira e Pedro Alcântara; seja pela patética e politiqueira TV Blocão, finalmente tirada do ar pela Justiça Eleitoral.

Mesmo aqueles mais chegados a Sílvio não entendem essa sua nova sanha, esse comportamento agressivo, essa face colérica, esse desvio de conduta que troca o debate pelo embate. Mudança de estratégia, de tática, de humor? Difícil saber. Mas de uma coisa todo eleitor sabe: nenhum político que lidera a corrida eleitoral – como Sílvio ainda teima em dizer que lidera – bate em quem está atrás.

A canelada é mais afeita a quem está em desvantagem. Seja numérica, seja no mérito, seja no placar. Como diria aquele velho locutor esportivo, “vamos para a última volta do ponteiro”. Para os derradeiros 10 dias de campanha. Para aquela velha agonia tão presente na carreira política de Sílvio Mendes: de ver, no fim, o fôlego acabar. E a vitória, escapar.

Isso deve ser mesmo desesperador!