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Roubo de avião revela espaço aéreo de Teresina como ‘casa de mãe joana’
O roubo do avião Cessna do médico Jacinto Ley, no Clube de Ultraleve do Piauí, ocorrido às 3h da madrugada de sábado (14/01/2023), traz a tona a fragilidade e desorganização na operação de controle do tráfego aéreo de Teresina, cuja base encontra-se instalada no aeroporto da capital.
O radar da ‘Terminal Teresina’ identifica qualquer objeto voador num raio de 40 milhas (corresponde a um circulo de abrangência que vai de Campo Maior a Palmeirais, de Caxias, Maranhão, a 100 quilômetros do aeroporto em direção ao nascente). O que voar nesse raio, dia ou noite, é visto pelos controladores de tráfego que ficam em uma sala QG, no formato de uma bola no espaço do aeroporto.
Os controladores, mesmo que o avião esteja com o transponder (identificador da aeronave) desligado, sabem, através do radar, a velocidade e altitude.
A polícia acredita que o avião roubado no Clube de Ultraleve estava com o transponder desligado. Mesmo assim, no radar do Aeroporto de Teresina, deve ter aparecido um objeto voador não identificado. Como quem opera o controle aéreo de Teresina é o pessoal da Aeronáutica (já que nunca teve concurso para o setor no Piauí), o avião que estava com os bandidos deveria ter sido seguido e abordado pelos homens que guardam o espaço aéreo. O local de onde o avião foi roubado fica “nas barbas” dos controladores de voo.
A abordagem se daria por ser um objeto não identificado e por colocar em risco outras tripulações, visto que voava “no cego”. Sem falar que o Cessna do médico Jacinto Ley também estava proibido de decolar.
A pergunta que cabe nas investigações é: ‘será que não tinha ninguém na sala de controle’? Ou ‘será que viram e pensaram se tratar dos meninos do Clube de Ultraleve’? ‘E já pode acontecer isso no espaço aéreo’?
O jornalismo investigativo do walcyvieira.com aprofundou-se no caso (não é todo dia que se rouba um avião) e buscou informações com especialistas na aviação.
O risco de uma tragédia em Teresina é latente. Muitas aeronaves decolam mesmo estando proibidas; outras sem o devido plano de voo. O assunto é tratado pela sala QG como sendo “os meninos do clube de ultraleve”. Sem falar que a posição da pista do aeroporto não é das melhores. Fica na mesma linha da pista do aeroporto de Timon e chega a ser confundida até com a lâmina de água do rio Parnaíba. Quem está de cima para pousar, têm os prédios do centro de Teresina como a cabeceira de pista.
O assunto é tão delicado que um piloto da aviação comercial (da Gol) já pousou no aeroporto do Paulo Guimarães, em Timon, Maranhão, achando que estava no aeroporto de Teresina. Ninguém do controle aéreo o orientou antes dele apontar o avião para pousar. A torre de comando só disse que ele não estava em Teresina quando o piloto disse, já em solo firme, “sejam bem vindos a Teresina”.
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