Quilombolas ficam sem água e ainda são denunciados no DP

A comunidade quilombola Casulo, situada na localidade Salobro de Baixo, na zona rural sul de Teresina, ficou de quarta-feira (10.01.2024) até segunda-feira (22) sem água. A bomba do poço queimou. Como a Águas de Teresina não apareceu para solucionar o problema, a comunidade fez uma vaquinha, comprou uma bomba por R$ 2.800,00, colocou no poço. Nesta terça-feira (16), recebeu uma intimação verbal da Delegacia Especializada na Defesa de Bens e Serviços Públicos – DEBESP.

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No local residem cerca de 140 famílias e duas associações, uma de moradores e outra de produtores rurais. A associação de produtores teria decidido, sem uma assembleia com os moradores (e sem uma campanha de conscientização), repassar a administração do poço para a Águas de Teresina, o que ainda divide opiniões na comunidade: apenas cerca de 30 famílias querem a Águas de Teresina na administração; outras 110 famílias são contra e alegam até que ficam com diarréia quando consomem água com o cloro colocado pela concessionária.

Falta uma campanha de conscientização e orientação na comunidade.

O poço do Salobro de Baixo existe há mais de três décadas. As famílias sempre foram acompanhadas pelo Governo do Estado, através do Incra. São pequenos produtores rurais que cultivam frutas e hortaliças.

Nesta terça-feira (16), a família de um dos moradores recebeu a visita de policiais civis avisando para o comparecimento dele na delegacia.

“Rapaz eu não tenho nem como avisar no meu trabalho o motivo da falta no emprego. A intimação foi só um recado e um papel manuscrito com o número do telefone do policial”.

Segundo o homem intimado, existe um problema pessoal entre ele e a presidente do Associação dos Produtores Rurais que o teria apontado como a pessoa a ser intimada para responder por outras 130 famílias que colaboraram com a colocação da bomba no poço.

A reportagem do Portal walcyvieira.com manteve contato, nesta terça-feira (16), com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública a respeito da “intimação por bilhete”, mas não obteve resposta.

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