A falência da empresa de ônibus Dois Irmãos revela um verdadeiro escândalo no sistema de transporte coletivo de Teresina: depois da denúncia da “rachadinha entre a Prefeitura da capital do Piauí e o Sindicato dos Empresários de Ônibus – Setut”, descobriu-se que a empresa Timon City vive amargos 6 anos de perseguição, enquanto donos de vans apadrinhados do sindicato, com a omissão da Prefeitura de Teresina, inexplicavelmente, faturam “rios de dinheiro”. Tem van que, pelos números de passagens da própria prefeitura, recebe do sistema de transporte mais do que toda uma frota de ônibus. Pasmem! Tem van que, sequer, sai da garagem.
O escândalo envolvendo o sistema de transporte de Teresina vem sendo investigado há cerca de cinco meses por jornalistas do portal walcyvieira.com. O empresário Ramon, dono da empresa Timon City, que roda há cerca de 6 anos de Timon para Teresina, até hoje, sequer, o Setut liberou o sistema de bilhetagem eletrônica para ele. Em resumo: o sindicato sempre beneficiou a empresa concorrente, a Dois Irmãos, que era administrada (até a falência) por Marcelino Lopes (“manda chuva” no Setut), genro do proprietário Osvaldo.
No caso concreto, sem a bilhetagem, a empresa de Ramon não tem como receber os cartões de passes dos trabalhadores, nem estudantes. A forma que o empresário encontrou para sobreviver foi reduzindo o preço das passagens, apelando para tentar atrair passageiros.
PREFEITURA SE ACOVARDOU COM A PERSEGUIÇÃO
Mesmo a Prefeitura de Teresina sendo a concessionária e fiscalizadora das linhas de ônibus na capital, o prefeito Firmino Filho, e a Superintendência Municipal de Trânsito (Strans), nunca se preocuparam em proporcionar equidade no atendimento as empresas que operam o sistema, numa demonstração clara beneficiar um em detrimento de outro.
CASOS DAS SUPER VANS
Consta no cadastro da Strans que 45 vans fazem parte do sistema de transporte de Teresina. Elas têm capacidade de lotação de 16 a 24 passageiros. Significa que, por viagem, uma van superlotada com 30 passageiros, fatura R$ 120,00 (a passagem é R$ 4 reais). No final das oito viagens diária, essa van superlotada fatura R$ 960,00. No final do mês, essa van, rodando sempre superlotada, fatura menos de R$ 30 mil.
Essa é a lógica real dos fatos, no entanto, a reportagem do walcyvieira.com encontrou notas de pagamento mensal de R$ 900 mil mês para algumas vans em Teresina. É dinheiro que sai do sistema de transporte de passageiros para donos de vans.
COMO É O ESQUEMA
O pessoal das vans descobriu que a Prefeitura Municipal de Teresina não fiscaliza, muito menos o Setut (que finge vista grossa). Assim sendo, negocia com trabalhadores de dezenas de empresas, comprando os créditos (passagens) no cartão por um preço muito menor. Esses cartões são passados no sistema de bilhetagem e no final o dinheiro que é destinado ao transporte de passageiros vai parar no bolso dos donos de vans.
O negócio é tão lucrativo que das 45 vans cadastradas no sistema de transporte público, apenas 25 rodam. As outras ficam o tempo todo nas garagens, só passando cartões.
E a fiscalização?!………..
A reportagem descobriu ainda outro golpe: a sobra de passagem. Detalhes nesta sexta-feira (27)