Os tucanos estão arrumando as malas na Prefeitura de Teresina e deixando a cidade com muitos problemas que existem há mais de três décadas na capital: além da famigerada galeria da zona leste, o prefeito Firmino Filho vai deixar as ruas Tocantis e Inês Teixeira, na zona sul, sem “botar uma pá de cal”. Pior: lá não passa carro; é um esgoto só.

“Meu caro repórter aqui não passa carro de coleta de lixo; ambulância não entra. Só os cobradores aparecem, pois o único transporte que consegue trafegar é moto”, diz Tatiana Gonçalves, presidente da Associação de Moradores da Vila Célia, situada entre o conjunto Promorar e o bairro Santo Antônio. Ela lamenta que nem agente de saúde atende no local.
A vice presidente da Associação de Moradores da Vila Célia, comerciante Joseane P. de Sousa, a “Joyce”, informa que 30 famílias moram na vila jogadas à própria sorte.
“Duvido que essas reportagem seja publicada”, questionou a aposentada Maria Geni, que há 40 anos reside no local. “Todo mundo na prefeitura sabe desse problema aqui e não é de hoje. Moro aqui há 40 anos e sempre reclamando desse problema. E você não sabe da pior: lá na prefeitura consta que essas duas ruas aqui são calçadas”, acrescenta, sem acreditar que o problema seja solucionado algum dia.

A aposentada Bernadete Siqueira, de 71 anos, construiu uma passagem para as águas da galeria dentro da própria casa. Ela tem o marido acamado, como no local não passa ônibus (os moradores são obrigados a caminhar cerca de 2 quilômetros, até o promorar), não aguenta mais pagar uber até para levar o marido ao postinho do bairro.

A Rua Inês Teixeira que, praticamente, só existe no nome, é a avenida principal da Vila Célia. Ela nasce na Avenida Henry Wall de Carvalho, ao lado do Comercial Carvalho, no bairro Areais, corta o bairro Santo Antônio, a Vila Paraíso e vai até a Br 316. No trecho em que ela corta a Vila Célia, é um esgoto a céu aberto e sem calçamento.
Já a Rua Tocantins nasce no Promorar. É calçada até na chegada da Vila Célia, mas quando chega mesmo no local, vira estrada de chão e sem acesso rumo ao Parque São Jorge. “Já aconteceram inúmeros acidentes por aqui. A Rua vira um grotão, sem sinalização”, se queixa a presidente Tatiana.
“Joyce” diz que não aguenta mais carregar compras para o seu estabelecimento na cabeça. O carro fica distante do comércio dela, devido a situação da rua principal da vila.

Para resolver o problema da Vila Célia, basta uma simples galeria, com o calçamento das duas ruas em um pequeno trecho. “E isso é um direito nosso”, diz Joyce.
Para encerrar a reportagem do portal walcyvieira.com, o aposentado Raimundo Nonato Alves, 70 anos de idade, se levanta de uma cadeira e dispara: “Siô, eu cheguei aqui no ano de 1975, já andou prefeitos, secretários, gente graúda da prefeitura, e só fazem promessa. Já até pensei em comprar uma canoa para sair de casa quando chove, mas o dinheiro nunca deu”.
